A APARÊNCIA DO MAL

A APARÊNCIA DO MAL


Se o diabo aparecesse hoje, com a mesma aparência que lhe era atribuída na Idade Média, usando chifres, cauda, pés de bode e fedendo a enxofre, com certeza seria linchado ou, no mínimo, ouviria um coro de palavras ofensivas ao passar. É por isso que sempre arranja um disfarce, quando quer se fazer presente em algum lugar. Pode vir disfarçado de dúvidas e incertezas, de medo e insegurança, de raiva, vingança, inveja ou falsidade, mas ainda continua sendo o diabo que é. Assim, não desiste de agir e, se esconde facilmente no coração e na cabeça das pessoas. Ninguém quer admitir que o tem guardado e é disso que ele se prevalece. Se ele não existisse mais, em essência, no interior da pessoa, jamais conseguiria se aproximar. Mas pouca gente sabe que ele está lá, escondidinho em seu interior. E quem sabe não admite, ou já nem acredita mais nele.

Antes de começar a querer fazer o bem e ajudar pessoas, aprenda a reconhecer o mal e seus disfarces. Identifique-o, em várias de suas formas, para que saiba reconhece-lo e combate-lo, dentro das suas possibilidades. Antes de afirmar, olhe novamente, procure sentir a essência de cada pessoa, de cada trabalho, de cada situação, por mais que pareça positiva, antes de se aproximar. Não se envolva, seja lá com o que for, antes de perguntar a você mesmo onde está o mal escondido, ou se aquilo, em sua essência é mesmo do bem. Se como dizem “nem tudo que reluz é ouro”, nem tudo que parece bom, realmente é. Basta prestar atenção a alguns detalhes. Por exemplo:

Gente que faz questão de agradar, se tornando indispensável, chegando a comprar seja lá com o que for, seu amor ou amizade. Cuidado! Pode ser apenas uma pessoa carente, que faz de tudo para ser amada e se tornar importante para a você por não sentir que é importante para ela mesma. Ou pode ser que seja alguém com algum tipo de interesse. Faça a pergunta: O que eu tenho que essa pessoa quer, ou então o que é que eu tenho e ela não? Família unida, amigos fiéis, um nome respeitado, posição social, dinheiro, fama? Tente descobrir e a partir daí tome mais cuidado com esta sobrecarga de atenções.

Gente que só vive para fazer o bem, ou para ajudar as pessoas. Pode ser uma atitude legítima, motivada por altruísmo, mas não custa perguntar o que é que essa pessoa ganha com isso? Que deficiência interior pode estar suprindo? Se ela não está bem, se não tem suficiente equilíbrio, deveria se ajudar primeiro, tentar resolver seus próprios problemas antes de se arvorar a resolver os dos outros. Tal ajuda ainda pode custar caro...

Gente que vive pregando fraternidade, solidariedade, se fazendo passar por muito evoluída, mas que não tem paciência nem compreensão. Que nervosa e irritada facilmente, descontrola-se com facilidade e costuma se impor querendo que a sua vontade prevaleça a qualquer custo. Quem não consegue dominar os próprios impulsos ainda não encontrou a harmonia interior e vive num mundo interior onde a raiva e a violência predominam. Como pode falar de paz se não a conhece? Como pode querer mostrar um caminho que ainda não trilhou? Ainda existe muita gente assim.

Gente que se faz passar por espiritualizada, voltada para o bem comum, pronta a ajudar, mas que, onde chega provoca, “sem querer” desarmonia e desunião. Claro que nunca leva a culpa porque os outros é que agiram errado, os outros é que não compreenderam suas boas intenções. É um ser de luz incompreendido! Como se isto pudesse existir. A Luz sempre ilumina seus filhos. S E M P R E! Preste atenção e não se deixe iludir por palavras macias, elogios e agrados. Não acredite apenas nas atitudes, que podem ser ensaiadas e muito bem representadas. Verifique as conseqüências, O que a presença desta pessoa, aparentemente tão bem intencionada provocou? O que mudou desde que ela surgiu? Quantos sofreram? O grupo continua unido ou será que, pela ação desta pessoa, alguém foi afastado? Não são as intenções que valem, mas o resultado das palavras e das ações,, o saldo final. Quem é “do bem”, promove a união, a compreensão e o entendimento. Quem não é, por mais que finja ser, acaba promovendo sempre a desarmonia e o sofrimento. O bem atrai o bem, mas o mal sempre atrai um mal maior.

Finalmente, fique atenta a gente que alimenta o mal em você. Isso parece fácil, mas não é. É preciso se conhecer muito bem e aos seus pontos fracos, seus defeitos e seus próprios demônios interiores. Pouca gente é capaz de assumir suas falhas e fazer esta avaliação com justiça. Por exemplo, se você tem medo, essa pessoa vai fazer com que acredite que com ela estará seguro, em lugar de lhe mostrar como encontrar a segurança em você mesmo, sem depender dela nem de ninguém. Se você é ambicioso, egoísta, interesseiro, ela vai literalmente comprar você. Presentes, dinheiro, promessas de realizações materiais, tudo de desperte e aumente sua cobiça e, por interesse você vai apóia-la sempre, achando que está se dando bem,

Se você é possessivo, ciumento e, tem medo de perder, ela vai manipular essa fraqueza, e faze-lo sentir-se ameaçado. Tanto pode se colocar ao seu lado para “protege-lo” quanto pode usar o que, ou quem, você teme perder para atingi-lo. De qualquer maneira, você ficará ainda mais inseguro e frágil se apegando ainda mais a ela e fazendo seu jogo. Se você é egoísta, vaidoso e precisa ter por perto quem viva em função de apregoar suas qualidades, será uma presa ainda mais fácil. Ela vai fazer você sentir-se o Rei ou a Rainha do Universo. A toda hora ouvirá o quanto é importante maravilhoso e indispensável e acabará acreditando que é amado, que ela gosta mesmo de você e não pode viver sem a sua presença. Mas pode sentar e esperar porque essa fase só vai durar muito até que ela não precise mais de você para atingir seu intento e procure outra vítima.

Conseguindo o que deseja, seja lá o que for (e talvez seja atingir quem realmente lhe quer bem e provocar uma separação) você passará a não ter importância alguma e outra pessoa será o alvo a bajulação. Cuidado! Há quem sinta um estranho prazer em provar para si mesmo que é "melhor” e “mais forte” do que as pessoas que admiramos. Se você não prestar atenção, ela vai afastar seus amigos mais chegados. Não diretamente, mas armando alguma alguma falsidade que vai parecer um mal entendido para que eles se afastem de você, tornando-o ainda mais dependente. Mas lembre-se que tudo vai parecer apenas um equívoco, você provavelmente jamais vai desconfiar que foi vítima de uma cilada e com certeza vai culpar o amigo ou amiga que se afastou e que, provavelmente, deve estar culpando você.

Estas pessoas se alimentam energeticamente do mal, da falta de força, do ciúme, da raiva, da tristeza e de todas as emoções negativas que sentimos. Podem ser nossos “amigos” ou pertencer à nossa família. Quando se mostram claramente como pessoas negativas, invejosas, cruéis, fica fácil reconhece-los. Mas quando surgem como pessoas voltadas ao bem, o que é mais comum do que se pensa, é muito difícil identifica-las. É fácil ver o mal quando ele é feio, fede, machuca, e se mostra com clareza, mas é quase impossível saber que é ele, quando está disfarçado com as vestes do bem. Infelizmente, vivemos um momento em que o mal fantasiado de bem anda fazendo mais estragos do que seria “aceitável”. Ataca pessoas inteligentes, mas crédulas, que não conseguem ver o mal escondido à sua volta com clareza. Se não prestar atenção será descartado, enfraquecido, desacreditado ou desiludido a ponto de chegar a pensar que nada vale a pena e que o bem não traz recompensa alguma. Isto já aconteceu com muita gente, sabia? Não caia nesta armadilha. Afaste-se física, mental e emocionalmente e siga em paz o seu caminho. Existem amigos que é melhor não ter, pessoas que é melhor manter afastadas, para evitar o desgaste de uma luta desnecessária. A melhor batalha é a que não precisamos travar...

Se está pronto para se ajudar, está pronto para receber este recado. Se compreende o que estou falando, vai saber a que ou a quem me refiro. E saberá também consertar o estrago, se já foi feito. Tente recuperar quem perdeu ou está para perder. Dê a quem se afastou a chance de contar sua versão e depois compare com o que lhe foi dito. Abra seu coração, procure lá dentro o que deixou você vulnerável a esse mal e, se possível jogue fora. Com certeza não precisa mais disto, seja lá o que for. E todas as vezes que encontrar alguém que se ajuste ao que leu aqui afaste-se! A não ser que seja um guerreiro da luz, com experiência em combater as trevas, sem se deixar atingir. Nesse caso, ILUMINE. Mostre a quem precisar ver, onde o mal se esconde e, faça isso sem medo, na certeza de que está cumprindo, também, dessa forma, a sua missão.



M. Ribeiro

(Nota: Neste texto foi usada uma liguagem figurada, sem nenhum vínculo com qualquer religião)

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